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O Vale das Nuvens e Relâmpago, situado no País do Relâmpago, é um local montanhoso coberto por neblina e água, desprovido de vegetação. É usado como campo de treinamento ninja, oferecendo um ambiente desafiador para desenvolver habilidades como furtividade e estratégia. A atmosfera misteriosa do vale, com sua neblina envolvente, desafia os ninjas a confiarem em seus sentidos aguçados enquanto aprimoram suas técnicas. É comum para alguns genin(s) treinarem aqui.
Uma mulher de 26 anos, chamada Nii Yugito, estava relaxando numa árvore no topo de uma gigantesca montanha no Vale das Nuvens. Ela era uma kunoichi experiente, do alto escalão chamado jounin, e trabalhava incansavelmente para Kumogakure no Sato numa tentativa de obter reconhecimento dentro do local que vivia. No entanto, apesar de sua dedicação, ela tinha uma reputação negativa entre os habitantes da própria nação, ao ponto de absolutamente quase todo mundo soltar olhares hostis para aquela mulher em especifico, e o porquê disso era um mistério para os jovens daquela era que nunca souberam diretamente das histórias antigas de terror que envolviam aquela figura em especifico, alguns mais inteligentes, até suspeitavam que existiam regras internas feita pelo Raikage para minimizar a circulação de certas informações para os mais jovens.
Yugito aguardava um grupo de jovens ninjas recém-formados na academia, que ela tinha sido designada para treinar por causa de um pedido especial do líder, o Raikage, que via um potencial gigantesco naquele trio em especial e confiava que alguém com o potencial de Yugito, pudesse faze-los alcançar um estágio de poder ainda maior. Ela não podia recusar o pedido daquele sujeito que tanto a ajudou no passado, mas também não confiava completamente na opinião do Kage que talvez estivesse exagerando sobre o potencial daquele trio em especial, ela olhou seus históricos na academia, não existia nada de muito especial neles, mas o que tinha chamado tanta atenção de Ay? Ele só podia estar exagerando sobre aquele trio...
Sem experiência como "sensei" e relutante em treinar ninjas incapazes, ela os conduziu para um teste definitivo no local de difícil acesso em que se encontrava atualmente. O atraso desses genin(s) era evidente, a noite já dominava o céu. Uma rajada de vento frio balançou os cabelos presos da jounin e aquele ar gélido acabou tocando seu rosto pálido, despertando uma expressão de desaprovação da mesma, o frio visivelmente incomodava ela. Embora estivesse em sono profundo, sua percepção aguardava qualquer sinal de perigo iminente. Ela já presumia que shinobis novatos como genins não chegariam facilmente àquele local. Confiante nisso, decidiu dormir ali mesmo, indiferente aos perigos e o clima desconfortável que o ambiente podia oferecer.
Afinal... Onde estariam aquele grupo de shinobi? Eles iriam demorar muito para chegar? Afinal, achar uma bendida montanha era um trabalho tão difícil para um trio de novatos? Talvez o Kage estivesse mesmo superestimando o potencial daquele trio.
Caminhando junto com dois colegas dos tempos de Academia Ninja, sigo em direção ao Vale das Nuvens. O local era extremamente bonito, mas não tínhamos tempo para apreciar as vistas já que estávamos atrasados, sem falar no frio. Apesar de não demonstrar, estava bastante ansioso para esse momento. Como o velhote costuma dizer, um bom professor pode fazer um ninja, então era inevitável pensar sobre quem seria o meu.
Eventualmente, chego no local marcado e noto uma mulher loira dormindo. A memória daquela pessoa surgiu imediatamente, na minha infância eu tinha pavor dela. Por algum motivo todos os adultos pareciam evitá-la, algumas vezes eu tinha ouvido até resmungos falando atrocidades sobre a mulher. Um apelido comum era Bakeneko, comparando a mulher a uma gata monstruosa.
No entanto, essa percepção tinha ficado no passado, como tantas outras. Depois de ouvir as histórias de Ryo sobre o Clã Uchiha, eu tinha procurado registros sobre eles na biblioteca de Kumogakure. No geral a percepção do Clã era péssima, em especial pelo brutal ataque ao Clã Chinoike anos atrás. Comparando as histórias do vovô com esses registros, ficou claro que sua reputação aqui em Kumo era ruim por causa do medo. Medo gerado por algo extremamente poderoso.
Essa mulher gera reações extremamente negativas de forma praticamente universal. Se o motivo fosse algum rancor ou desavença, não seria tão notável. Se ela fosse uma traidora ou algo do tipo, o Raikage-sama já teria liquidado ela. Não... a única coisa que faz sentido é que por algum motivo todos sentem medo dessa mulher. E se sentem medo, ela tem poder. Sendo assim, ela estar dormindo aqui faz sentido, ela não tem medo dos perigos locais e até da gente. Para começar, vamos acordá-la.
Naquele momento, inflo minha circulação de chakra carregando uma intenção ofensiva. Isso deveria acordá-la e me dar uma noção de como é seu temperamento.
Então é isso. Depois de anos de formação, chegou a hora de me mostrar como um ninja. Me questiono o motivo do professor ter me incluído com aqueles dois. Nenhum deles parece ser especial, mas também não posso falar nada, não é? Assim como eles, também sou um recém promovido Genin, não passo de um mero peão para os interesses de Kumogakure. Somos iguais nesse sentido: igualmente descartáveis enquanto não mostrarmos alguma evolução. Paciência.
Noite, por volta de 21h
Sentia certa dificuldade andando por aquele vale irregular. Não fazia ideia que esse local era utilizado para treinamento de jovens shinobis. Estranhamente, não senti em momento algum o característico enjoo que me acompanhava regularmente por toda Kumogakure. Durante o caminho, encontro os outros dois recém promovidos genins, mas não aceno ou sequer esboço reações.
Yotsuki... e lá atrás Yashin, o garoto estranho que não menciona o próprio sobrenome. O que passou na cabeça do professor ao nos recomendar como um trio? Se eu estou com esses dois, como estarão Karui e Omoi? Esse início shinobi é inquietante, são mais perguntas que respostas. Bom, nas condições atuais, nenhum de nós três é de falar muito, tampouco revelamos nossas características uns para os outros na academia. Isso não deve ser obra do professor...
Chegando ao local, reparo na mulher adormecida e reflito sobre essa figura. Certamente já havia visto em algum lugar, ou ouvido falar, ainda que nada disso importasse no momento.
Essa mulher deve ser a nossa sensei. Não sinto nenhuma presença expressiva nela, mas é presumível que seja poderosa por estar tão tranquila nesse local hostil. Pelas suas características físicas, não deve ser do mesmo clã tradicional de Kumogakure, então posso inferir que é uma pessoa de confiança da alta cúpula da vila. Se está dormindo agora, deve estar cansada. Acho que podemos esperar um pouco até a chegada do terceiro.
De fato, eram muitas perguntas e inferências, mas poucas respostas concretas. Presumindo que chegaria em um momento próximo ao Enkei pelas nossas capacidades físicas semelhantes, aguardaria pela chegada de Yashin para começarmos a tratar dos reais assuntos. Vendo a expansão de chakra do garoto de armadura, empunharia uma kunai para autodefesa caso aquilo significasse algo.
- Hmp, já está mostrando as garrinhas cedo? Não me recordo de ter visto algo assim na academia. Percebendo suas reais intenções, caso a mulher não esboçasse qualquer reação, atiraria a kunai próximo ao ouvido dela, esperando que a ação ofensiva pudesse acordá-la. - Perdoe-nos a grosseria, mas fomos recomendados pelo professor para vir a esse local. Me chamo Kyosuke. É uma honra servi-la e servir a Kumogakure.
A escuridão se espalhava pela floresta à medida em que eu subia a trilha íngreme na montanha. O frio da noite envolvia meu corpo, penetrando até os ossos, e minha respiração parecia formar pequenas nuvens de vapor no ar gélido. Seria uma alucinação? Cada passo que eu dava representava um eco solitário, interrompido apenas pelos sons inquietantes da floresta noturna e dos jovens que comigo caminhavam.
Kuroi e Yashin... não podia ser pior. Eu nem mesmo queria estar aqui. Estou acostumado com essas montanhas, mas essa trilha está complicada. Quero desistir, ir pra casa...erh, falou alguma coisa? Chinoike?Não... o Youma não gosta da lua...lobos a essa hora?
Os uivos distantes de lobos ecoavam entre as árvores, criando uma sinfonia sombria que arrepiava a minha espinha. Outra alucinação? Não deixo de notar, porém, que assim que uma jovem mulher, mas visivelmente experiente, se fazia visível em nossa iminência, despertaria reações bastante questionáveis por parte dos colegas.
Vocês dois já ouviram falar na hipótese da Floresta Negra? É melhor não fazerem escândalo quando num ambiente desses...
Quem é aquela mulher? É a nossa Sensei ou só uma estranha que gosta de acampar em locais sombrios assim?Eu também gosto de acampar! E você, Youma-kun?
Sento-me calmamente para livrar-me de qualquer bronca, mas buscando também uma postura menos ameaçadora possível em virtude do medo que me acanhava.
O grupo de genin finalmente alcançou aquele local frio e imerso na escuridão noturna. Durante a escalada até o topo da montanha, foram abordados por animais selvagens que tentaram atacá-los. Felizmente, o trio lidou com eles sem dificuldades ou ferimentos que sejam realmente relevantes. Durante uma reflexão tranquila, Yashin e Kuroi perceberam que a mulher que provavelmente seria sua "mentora" estava tranquilamente dormindo sobre uma árvore no topo daquela área. Era esperado que uma jounin acordasse instantaneamente por instinto com a aproximação deles, mas não foi isso o que aconteceu.
Yashin, percebendo que não representavam uma ameaça que pudesse despertá-la, liberou um pouco de seu chakra, emanando uma intenção assassina que se dispersou pela montanha. Porém, não parecia ter sucesso em acordá-la. Seu sono parecia profundamente pesado ou talvez, aquela manifestação não era relevante o suficiente para despertá-la. Vendo que ela ainda não havia despertado, Kuroi retirou uma kunai de sua bolsa de armas e a manipulou entre os dedos. Com um simples movimento, lançou a lâmina na direção dela, mirando próximo ao seu ouvido sem a intenção de acertá-la... Mas talvez... Isso não foi o melhor dos movimentos que ele poderia ter realizado...
Um movimento estupidamente rápido que desafiava os reflexos daquele grupo, repeliu a kunai lançada, e uma grande quantidade de chakra se dispersou do corpo da mulher e acabaria se espalhando pelo ar, tomando a forma de um gato demoníaco que deveria ter cerca de 3 metros. Uma intenção assassina aterrorizante iria se espalhar pelo local, fazendo a intenção ofensiva de Yashin simplesmente ser sobreposta por sentimentos verdadeiros de puro ódio e vingança, e isso faria o trio de garotos perder controle de seus corpos por alguns segundos, o instinto era um tanto básico, eles eram estupidamente mais fracos e se sentiam presas diante a um verdadeiro predador naquele momento... O instinto básico era se afastar, mas apenas quem daria alguns passos para trás, seria Enkei, que sentia vontade de vomitar naquele exato momento, sua mente acabaria sendo perturbada por alguns flashs de memórias.
Tudo isso ocorreu em segundos, mas parecia uma eternidade na prática. O sentimento de impotência era avassalador, fazendo os animais ao redor, como pássaros, recuarem rapidamente da forma mais rápida que conseguiam em pleno voo. No entanto, a mulher no centro do chakra azul se acalmou ao perceber o seu descontrole e recolheu seu chakra, restaurando a normalidade do local. Estranhamente, o ambiente agora estava terrivelmente quente, mas não parecia mais tão ameaçador quanto alguns segundos atrás.
Num salto acrobático, a mulher de cabelos presos deixaria a copa da árvore para se aproximar de Yashin e Kuroi, porém, seu olhar acabou focando em Enkei, claramente o mais incomodado naquela ocasião:
— Talvez eu tenha exagerado um pouco, estão todos bem? Apesar de não parecer, sou impulsiva e acabo liberando meu chakra quando me sinto ameaçada. Enfim... Prazer, sou a Nii Yugito, mas prefiro que me chamem só de Yugito! — disse a mulher loira, ignorando a explicação sobre o chakra intenso que emanara, mantendo um semblante sério e decidido. — Bom... Creio que saibam o básico, somos teoricamente um time oficial que serve Kumogakure no Sato nesse exato momento, eu sou a instrutora e vocês são genins que preciso treinar e acompanhar em missões iniciais... Mas antes de tudo, quero testar o desempenho de vocês em batalha e, é claro, conhecê-los melhor...
Yugito olhou para um tronco no chão que estava próxima do trio, fez um simples selo de mão, criando um pequeno rato de fogo azul que rapidamente saiu de seu próprio corpo. O animal incandescente saltou e explodiu sobre o objeto de madeira, criando uma grande fogueira. Após isso, a mulher com cabelos presos calmamente se aproximou da chamas agora presente no local e sentou-se perto, após isso, focou seu olhar em direção do trio:
— Vamos lá, se aproximem e falem... Contem tudo sobre vocês. Sou teoricamente a "sensei" de vocês e preciso saber seus nomes, hobbies, medos, idades e... — Yugito refletiu por alguns segundos. — O que exatamente um "jounin" perguntaria numa situação assim? Huh... Realmente não nasci para esse trabalho. Apenas falem o que acharem necessário... Bora, bora... Não temos a noite toda!
Mas que porra é essa? Esse chakra... eu não sou sensor mas consegui sentir sua intensidade e o ódio que carregava. Essa forma de gato, não faz sentido uma simples reação envolver manipulação de forma. Sem falar nesse calor, eu sou usuário de Katon mas teria dificuldade pra gerar isso usando de forma intencional. Tem algo de diferente nessa mulher.
Depois de fazer uma análise preliminar, tomo alguns segundos para me centrar, em seguida começo a falar.
Eu posso começar. Meu nome é Yashin, tenho 14 anos. Tenho apenas um parente, meu avô Ryo. Ele me criou desde que eu tinha menos de um ano, já que meus pais morreram na Terceira Guerra. Meu hobby é história, em especial procurando informações sobre a Era dos Estados Combatentes, um período que me fascina. Meu medo, bom, diria que só tenho um. Terminar minha jornada nesse mundo sem concluir minha ambição.
Dou uma olhada para Kuroi e Enkei, pensando no teste de avaliação de combate que a mulher mencionou.
Sem duvida Yugito-sensei tem nossas fichas da academia, então não é como se nossas habilidades fossem ficar secretas. Sendo assim, é melhor compartilharmos elas para melhor coordenação em combate. Eu sou usuário de Katon e Inton, o segundo com foco em distração e restrição.
Depois que meus companheiros de equipe se apresentassem, eu me voltaria para Yugito com uma pergunta.
Agora que nos apresentamos, eu quero fazer uma pergunta. Claramente há algo de especial em você, Yugito-sensei. A forma como os adultos, especialmente os mais fracos, tem medo e rancor de você. E agora essa reação, a intensidade e emoção contida no chakra, sem falar em seu poder e essa forma de gato que duvido ter sido uma manipulação intencional. Se for possível, quero saber do que se trata.
O surgimento da fera flamejante, cujo rugido ecoava como um trovão distante, despertava o medo mais profundo em meu coração. O céu se tingia de um azul sinistro, iluminado pelas labaredas que se erguiam na escuridão, e a luz crepitante das chamas revelava os contornos da criatura, uma visão aterrorizante de olhos ardentes e presas reluzentes. Começaria a tremer, encarando as presas e garras hipnoticamente junto à dança das chamas.
— Ah... a caverna é mais segura!Youma-kun? Onde você foi? - Respiro profundamente enquanto tento controlar meu enjoo, enquanto algumas memórias confundiam minha mente, não conseguindo discernir entre realidade ou ilusão. Essa mulher é perigosa... para que um aura tão ameaçadora? O Darui, mesmo sendo um Jounin, não se exibia tanto assim. Mas jogar uma kunai em direção a alguém dormindo também foi péssimo.
Fecho meus olhos, coçando-os como se quisesse que aquilo parasse de acontecer. Após eu recuar um pouco, a Jounin se compadece, esmorece seu Chakra e quebra o silêncio, acalmando os ânimos com uma voz que agora parecia tão doce frente à ferocidade de outrora.
— Yugito... minha nova Sensei!?Estamos longe da casa na árvore. Eu também não gostei dela... mas creio que se recusar é pior. As regras dessa vila não fazem sentido.
Antes um felino flamejante, agora um rato também é conjurado, mas dessa vez incinerando alguns galhos no chão e criando uma fogueira.
Ela quer que acampemos aqui... acho que isso é bom, estava mesmo com frio. Você acha que isso é Katon? Eu nunca vi um Katon azul. Devem ser chamas bem poderosas.
Aguardo quieto o pronunciamento do emo esquisito ao meu lado, para então me apresentar formalmente, após a truculência. — Sou Enkei Yotsuki, tenho 13 anos. Antes da academia, eu estava num orfanato. Não sei quem são meus pais, nem como morreram e também não quero saber. Meus medos... eu não vou falar, não confio em vocês pra isso. Gosto de desenhar e minhas habilidades envolvem Raiton e Suiton. Caso preciso, também consigo cair no soco! E já que comentou... acho necessário saber por que escolheram esses dois e onde vamos dormir hoje.
Essa era a primeira vez que me deparava com um chakra desse jeito. Magnitude, poder, ferocidade, ódio e sentimentos de vingança transpareciam independente de qualquer sensor. Minha reação poderia ter sido errada, mas mostrou logo nos primeiros momentos a diferença de uma kunoichi do mais alto escalão da vila para um mero trio de genins recém promovidos. Meus olhos realmente não queriam crer no que viram.
Como essa mulher possui tanto poder!? O que era aquela criatura!? Será se por isso que os adultos evitam interagir com ela? Aquelas garrinhas do Yashin não passavam disso, garrinhas, perto das presas desse monstro!
Aquela presença poderosa se dispersava, trazendo de volta a kunoichi que viria a ser nossa sensei. Percebia que Yashin não havia se mexido, enquanto Enkei hesitou ao ver a criatura. Naquele momento entendia uma parte das personalidades latentes durante os tempos de academia daqueles dois. Aguardava a pronúncia dos três para assim tomar o lugar de fala.
- Me chamo Kyosuke Kuroi. Particularmente, prefiro que me chamem pelo sobrenome enquanto não temos afinidade, assim como pretendo chamá-los assim também. Quanto ao Yashin-san, por algum motivo este nunca revelou seu sobrenome durante a academia, então apenas respeito. Ele deve ter seus motivos. Continuando: tenho 13 anos e não tenho família conhecida, mas imagino que vivam numa região periférica aqui no país. Não tenho hobbies específicos, mas diria que gosto de refletir sobre a vida e jogar shogi. Medos? Não tenho nenhum, pra mim isso não passa de um sentimento que mais atrapalha que ajuda, inerente aos peões - nesse momento, olharia para o Enkei. As peças mais poderosas do tabuleiro não devem ter medos, mas isso também não significa que eu não possa recuar quando reconhecer inferioridade ou um grande risco. Quanto às minhas habilidades, diria que tenho afinidade com Suiton e Doton, além de boa mobilidade no campo de batalha. Conhecemos você de rumores, então gostaria de saber o quanto que o que nos é repassado é verdade. Se assim der por satisfeita, podemos começar imediatamente.
Aguardo os comentários e as instruções para os próximos momentos.
Aquele trio se apresentava de forma cordial, fazendo Yugito esboçar um sorriso sincero, mas quando Kuroi alertou Enkei sobre seu medo, a mulher simplesmente fechou um de seus olhos enquanto sua voz tinha ficado um pouco mais forte naquele momento seguinte. Provavelmente um pequeno complemento ao discurso de Kuroi seria dado naquele momento:
— Você está correto, Kyousuke-san... O medo pode influenciar decisões importantes, e é por isso que devemos agir de forma lógica independentemente de nossos sentimentos. No entanto, o medo também desempenha um papel crucial na sobrevivência própria. Se temos medo de algo, isso muitas vezes indica a necessidade de recuar e repensar uma forma eficiente de lidar com algo que reconhecemos como um perigo, em essência, o medo faz parte de você, mesmo que não queira. E por fim...
A mulher com cabelos amarrados se direcionava agora em direção de Yashin, aquele assunto tocado pelo sujeito incomodava ela, era visível em seu olhar:
— Teoricamente é proibido que esse tipo de informação seja abertamente divulgada para jovens como vocês, mas acho que não há problemas... Vocês já ouviram falar do caso Aoi Kasai Jiken, correto? Esse foi um dos poucos eventos relacionado àquele monstro que não foram completamente censurados pelo Raikage, então suspeito que um de vocês já deve ter ouvido falar sobre tal acontecimento... Bom, sendo mais direta, há uma criatura milenar, também conhecida como Nibi, que é basicamente um demônio que essencialmente é utilizada como uma arma militar de forma forçada pela nossa nação. Esta criatura também conhecida como bijuu, possui habilidades aterrorizantes capazes de causar uma destruição sem precedentes, além de incinerar paisagens como se fosse nada com suas chamas que exalam temperaturas absurdas. Esse monstro já causou diversos prejuízos dentro da nossa nação e já causou uma quantidade interminável de mortos para nosso povo, por isso há tanto ódio relacionado a essa bijuu e essencialmente, ela se encontra atualmente selada em mim... Talvez isso responda algumas das suas dúvidas...
Yugito suspira, não era um assunto que ela gostaria de estar conversando com um bando de adolescente. Por fim, não estando mais disposta a falar sobre o assunto, ela simplesmente iria partir para o próximo passo daquela interação entre eles:
— Na verdade, nem deveríamos estar discutindo isso neste momento, não é? Temos questões mais urgentes para focar. O Yondaime Raikage me pediu para instruir todos vocês, alegando que há um enorme potencial nesse time e que "euzinha" tinha o necessário para aflorar esse potencial... Mas, a partir do que vocês mesmos comentaram, fiquei curiosa para saber o que ele realmente viu em vocês. Dominar dois elementos é realmente incomum para um genin, mas isso sozinho não faria o Ay vir pessoalmente me convocar para treiná-los. Então, vamos fazer um pequeno teste para ver como se saem em combate... Talvez eu compreenda por que ele está tão entusiasmado com vocês. As regras para este combate são simples e um pouco diferente do normal, na verdade...
Yugito saltou de volta em direção à árvore onde estava anteriormente e, por fim, exibiu um sorriso um tanto malicioso:
— Vocês devem sobreviver exatamente por uma hora em um confronto comigo. Podem até mesmo fugir e se esconder em um local que acreditem ser inacessível para mim. No entanto, é crucial que, ao menos um de vocês, esteja consciente quando o tempo estabelecido se esgotar. É assim que reconhecerei se são ninjas aptos a continuar a vida shinobi e se merecem minha companhia durante suas primeiras missões oficiais como ninjas. Vocês devem trabalhar em conjunto, estar dispostos até mesmo a se sacrificarem uns pelos outros para manter pelo menos um de vocês "consciente e livre" até o fim dessa missão. Afinal, a essência de um time shinobi é a colaboração para alcançar um objetivo comum. Se são verdadeiramente capazes, precisam estar prontos para se sacrificarem uns pelos outros. Dito isso, fujam enquanto ainda têm tempo. Darei alguns minutos para tentarem escapar de mim como um ato de misericórdia! — Falou a mulher de cabelos loiros, bocejando, como se estivesse zombando deles. Não acreditava verdadeiramente que conseguiriam fugir por muito tempo.
Missão Revelada: Evadir-se de Yugito Nii em um prazo de uma hora. Nível: C Descrição: Yugito demonstra interesse em um jogo de perseguição com os novos genins de Kumogakure no Sato, infelizmente designados como suas presas nessa missão hipotética de sobrevivência. Para concluir o desafio, é imprescindível que ao menos um dos genins permaneça ileso até o término do tempo estabelecido.
Quando menos esperavam, uma espécie de despertador iria surgir quase que magicamente próximo da fogueira que Yugito havia feito. O grupo não tinha nem ideia de como aquela mulher havia feito aquilo, mas se fosse um feito relacionado a sua velocidade natural, eles definitivamente estavam ferrados. Afinal, qual seriam suas ações para tentarem escapar daquela mulher tão esquisita? Como deveriam agir? O que exatamente fazer? Era algo que eles deveriam decidir naquele exato momento.
[...]
Yashin: HP - 100, Chakra - 250, Sanidade - 150 [Toxidade - 0]
Kyosuke Kuroi: HP - 100, Chakra - 250, Sanidade - 50 [Toxidade - 0]
Yotsuki Enkei: HP - 100, Chakra - 200, Sanidade - 100 [Toxidade - 0]
Yugito Nii: HP - 350, Chakra - 800, Sanidade - 300 [Toxidade - 0]
Aoi Kasai Jiken, se me lembro bem o velhote me contou essa história. Então a destruição foi causada por um tipo de criatura milenar, Bijuu... e do jeito que ela falou parece que existe mais de um no mundo. Interessante, e realmente explica tudo o que ocorreu. O velhote deve saber sobre, mas não falou nada em respeito ao Raikage. Enfim, fica para depois descobrir mais.
Yugito propõe então um teste, uma sobrevivência de uma hora neste local. Até mesmo quando ela falava, as engrenagens na minha cabeça já começavam a girar.
Esse período é longo demais para um combate contra uma Jounin. Mesmo que a gente consiga segurar um combate, nossas reservas de chakra não aguentam uma hora. O local é muito amplo e a neblina naturalmente cobre muito do espaço. De noite ainda, a visibilidade é uma merda. Ela não teria passado esse tipo de teste se fosse fácil, então tenho certeza que ela é versada em algum tipo de sensoriamento complementar. A pergunta é qual... audição teria dificuldade para captar nosso barulho depois que nos afastássemos com essa dianteira de alguns minutos. Se ela for Kanchi Taipu, não tem muito o q fazer para ocultar. Sobra então olfato, que é ótimo pra esse tipo de rastreamento e mais comum que sensor de chakra. Eu preciso pelo menos barrar o odor... a melhor forma é com chuva. Nossa altitude é bem alta e o local é úmido, deve dar certo.
Assim, que ela termina de falar, eu falo em tom alto.
Enkei, não temos tempo a perder, complementa meu Katon com óleo!
Viro para os céus, faço os selos de mão o mais rápido que consigo e disparo:
Katon: Gōkakyū no Jutsu!
Kombijutsu: Abura Gōkakyū!
Depois disso, a ideia é fugir, ganhando o máximo de tempo até a chuva começar a cair no campo. Iria o mais rápido que consigo com meus companheiros, os seguindo seu direcionamento, já que tinham maior mobilidade.
Ouviria aquelas palavras que complementavam, porém diferiam às minhas.
- Perdoe-me, Nii-sensei, mas não vejo dessa forma... o que nos faz recuar é a racionalidade, não uma emoção que nos desvia do foco. Não pense que gastou palavras à toa, com certeza ponderarei sobre.
Então aquela coisa que vimos é esse tal do Nibi? Essa mulher é uma potência militar utilizada para devastar nações em guerra? Precisamos tê-la como sensei a qualquer custo, talvez ela seja mesmo a pessoa ideal para me orientar. Em que pese isso tudo, ela deve ter sofrido bastante por ser quem é, uma ferramenta na mão do Raikage-dono... Pela primeira vez sentia de fato o que era ser uma peça humanizada dentro do tabuleiro. Alguém poderoso o suficiente para se qualificar como um General, talvez General Ouro, talvez General Prata, quase sempre utilizado para as frentes de batalha com seus movimentos especiais, mas que ao mesmo tempo sabia que carregava um fardo intenso por conta disso. Talvez, nesse momento, estivesse sentindo alguma empatia, ao passo que também sentia pena por ela aparentar ter alguma mágoa disso. Sabia que emoções fragilizariam sua postura como uma kunoichi tão essencial para os interesses do Rei.
Ouviria ela comentando sobre a formação do time, focando principalmente à menção ao Yondaime.
Então... esse foi um pedido pessoal do Raikage-dono, faz sentido já que ele conhece minhas habilidades. Agora, quanto a esses dois, o que eles escondem nas mangas? Yashin-san parece ter muito apego a essa armadura velha que mal protegeria de um ataque simples. Enkei-san é medroso e receoso, a ponto de recuar na primeira aparição desse chakra esquisito. Os dois se mostram ser fracos mentalmente, não conseguiriam desempenhar sequer o papel de peões. Por que o Raikage-dono nos juntou? Estão escondendo alguma coisa, certeza!
Após desligar minhas reflexões por um instante, observaria e entenderia o teste proposto pela sensei.
Entendo... esse teste é para saber o quanto podemos colaborar numa missão em equipe contra um adversário superior. Trabalhar em grupos não é meu forte, mas invariavelmente haverá confrontos em que estaremos a uma vitória condicional contra um inimigo mais forte. Quanto a essa questão de sacrifício, se o Raikage-dono sugeriu pessoalmente que esses dois formassem um trio comigo, poderá em algum momento valer a pena um sacrifício meu para proteger dois futuros tão brilhantes quanto esses que ele tanto confia.
Após ouvir os comentários de Yashin e perceber sua ação em dupla com Enkei, proponho que nos direcionemos rapidamente para a mata mais fechada à vista, prestando atenção especialmente em cavernas pela região.
Ouço atentamente às palavras daquela mulher e demonstro interesse mais especificamente nas palavras "Bijuu" e "ódio".
— Aoi Kasai Jiken? Nunca ouvi falar...Bijuu... então aquilo era um demônio mesmo. Eu sabia que nunca tinha visto um animal como aquele! Então, você é algum tipo de arma super secreta da vila? Não fica incomodada com isso? Acho que as pessoas nem ligam para você. Eu não me sacrificaria por alguém que não se importa comigo.
Certo, o Raikage em pessoa designou essa missão. Esses dois provavelmente não são tão fracos assim, mas gostam de se arriscar demais. De corajosos, o cemitério está cheio!
Após refletir um pouco, é declarada a nova missão: um treinamento de sobrevivência; Mas não deixo de destacar: — Se a essência de um Shinobi fosse a colaboração, nem você e nem ninguém nessa vila abandonaria um companheiro, mas é claro que todos tratam uns aos outros muito mal e até matam por objetivos pequeníssimos.
Ponho-me em posição de combate e, após o anúncio, jogaria uma Kunai em direção ao relógio, para testar a veracidade tanto da missão quanto das palavras da Jounin. Em seguida, viro-me para Yashin e ironizo: — Vai querer jogar fogo num demônio de fogo?
Sem demorar muito, no entanto, acato a sugestão e utilizo um Gamayudan em direção ao céu.
Por fim, utilizo o Kirigakure no Jutsu focado em nossa retaguarda para anular a visão que Yugito teria de nós e para qual direção iremos. Sigo a proposta de ir rumo à matas fechadas ou cavernas distantes, para, assim, ocultar nossa presença definitivamente.
Quando Enkei perguntou se Yugito não ficava incomodada por ser utilizada como arma por uma grande nação, ela apenas iria piscar seus olhos algumas vezes, como se fosse uma pergunta um tanto inocente. Mesmo que não quisesse falar sobre sua situação como jinchuuriki, ela resolveu responder o jovem:
— De certa maneira, cada um de nós representa uma ferramenta a ser empregada pela nossa nação de diversas maneiras e até mesmo você, provavelmente vai acabar defendendo pessoas que acabou não julgando merecedoras de proteção. Independente disso, há "indivíduos que eu me importo" neste país que merecem viver com dignidade e essas pessoas estão inseridas no meio de uma sociedade que precisa de armas para se defender, então... Se eu sou a arma que pode garantir a dignidade para meu povo... Que assim seja...
[...]
Yashin, virando-se para o céu, começou a executar uma série de selos manuais em conjunto com Enkei. Juntos, eles prepararam um ataque combinado: um jato de óleo fundido com chamas, formando uma massa flamejante que se lançaria em alta velocidade em direção aos céus. A expressão confusa de Yugito denotava sua perplexidade diante daquela manobra, incapaz de compreender as ações dos jovens garotos. Após isso, o grupo prontamente se lançaria para fora da montanha onde estavam. Embora a queda parecesse considerável, já estavam habituados a se deslocar naquela região montanhosa. Guiados por Kuroi, que fornecia coordenadas, seguiriam em busca de uma caverna na área. Antes desse momento crítico, Enkei executou uma sequência de selos de mão, conjurando uma densa neblina no local que anteriormente estava, com seu Kirigakure no Jutsu. Sua intenção era clara: ocultar suas próprias posições, bem como a de seus companheiros, de Yugito que provavelmente começaria a se mover nesse exato momento. Enquanto saltavam em grandes distâncias, observariam rapidamente alguns pontos de interesse durante alguns bons minutos de movimentação:
Leste: Diversas árvores em conjunto com uma grama alta, parece o lugar perfeito para se esconder. Oeste: Um lago pequeno, talvez garanta uma posição segura para um deles ficar. Norte: Uma montanha que parecia ter uma caverna na sua formação rochosa, mas curiosamente parecia habitada por três gigantes animais que lembravam um tigre. Um deles parecia inclusive encarar o trio de ninjas a distância.
Ao olharem para o norte, avistariam criaturas selvagens à espreita. Num piscar de olhos, um tigre encarava-os à distância, pronto para dar um salto surpreendente em sua direção. O animal era gigantesco, exibindo capacidade físicas comparáveis às de um genin iniciante, ultrapassando em muito as capacidades de movimento de qualquer criatura comum. Inicialmente, a criatura parecia superar até mesmo Enkei e Kuroi em velocidade física, uma visão assustadora à primeira vista, considerando que ele estava se movendo em suas direções e tentaria emplacar um ataque no próximo momento.
Enquanto essa série de acontecimento ocorria, o trio também captou o som de passos rápidos e fortes vindo do sul, apesar de estarem ainda distantes. Deveriam escolher onde avançar agora... Leste, Oeste ou Norte?
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Yashin: HP - 100, Chakra - 210, Sanidade - 150 [Toxidade - 0]
Kyosuke Kuroi: HP - 100, Chakra - 250, Sanidade - 50 [Toxidade - 0]
Yotsuki Enkei: HP - 100, Chakra - 140, Sanidade - 100 [Toxidade - 0]
Notando o movimento do tigre, avalio rapidamente a melhor forma de agir.
Tsc, seria melhor se eu já tivesse o Sharingan, mas acho que consigo aproximar a trajetória de seu movimento.
O ideal é irmos para as cavernas. Eu vou paralisar esse primeiro tigre, se preparem para lidar com os outros dois.
Acalmo minha mente e foco minha visão completamente no tigre, faço o selo de mão e moldo o Inton. Assim que a besta entrasse no médio alcance, eu faria um disparo de Inton para aplicar o Genjutsu Shibari.
Em seguida, já emendaria com o Kasumi Jūsha, fazendo os diversos corpos ilusórios atacarem os outros dois tigres. Como se tratavam de bestas com pouca inteligência, provavelmente seriam suscetíveis ao Genjutsu, criando uma abertura.
Caso tivéssemos sucesso, seguiria para a caverna e, no caminho, comentaria em tom de voz baixa com Enkei e Kuroi.
Eu usei aquele Katon nos céus para estimular a criação de uma chuva. Já passaram quase 10 minutos, então imagino que ela deve surgir a qualquer momento. Vamos para a caverna enquanto isso, Kuroi, você pode fechar a entrada com Doton para que as bestas não nos ataquem pelas costas.
Quando Kuroi fechasse a entrada, eu colaria minha Kibaku Fuda ali, uma armadilha simples para ganhar tempo caso Yugito fosse até o local. De resto, seguiria a movimentação dos colegas.
Vale das Nuvens - País do Relâmpago Qui 21 Dez - 9:59
