Salão do Tempo

Após ouvir as palavras do senhor à minha frente, procuro seguir as ordens do mesmo de maneira obediente, me retirando de sua sala educadamente e me direcionando através das paredes até o "Salão do Tempo" citado pelo diretor Tahdur.

Quando chego até o mesmo, me impressiono com sua beleza, grandiosidade e sofisticação, notando desde a intensa iluminação até o grande tapete vermelho central, o qual passa diante dos enormes pilares e estantes de livros até chegar a luxuosa escadaria.

— Esse... Esse é o Salão do Tempo?! — Falo em tom de voz baixa me sentindo um tanto perplexa com aquele lugar.

Eu então dou passos lentos sobre o salão, observo a poltrona, o lampião, lustre, telescópio, entre outros, mas uma única coisa me chama mais atenção e me deixa intrigada o bastante para me aproximar do mesmo: o globo brilhante e esverdeado que se encontra ali no centro.

— Isto tem uma aparência mais relevante e imponente que o restate, deve ter alguma importância e utilidade incomum... — Eu penso ao olhar curiosamente ao redor da esfera.

Contudo, eu prefiro apenas aguardar pacientemente e silenciosamente o senhor Tahdur, ficando ali parada sem tocar em nada, embora eu sinta por um momento uma estranha sensação de ter ouvido algo ou alguém dizer alguma coisa.

— Tem alguém aí? — Pergunto um pouco desconfiada.

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Surgiu entre as escadarias uma moça de cabelo crespo e pele tão escura quanto obsidiano, sua vestimenta percorria seu corpo como uma gigantesca túnica prata com adornos do universo 

— Olá. — Com um tom sério, a voz ecoou pela sala. — Alice não é? 

@Beauty

— Sim, Alice... Alice Stryker. Prazer... — Falo um pouco desajeitada ao observar a mulher descer a escadaria em minha direção com tremenda postura e elegância.

— Que vestido magnífico... — Penso naquele instante.

— Desculpe a indelicadeza, mas... E você é...? — Digo novamente sem graça.

— Obrigado. Agradeço a seu singelo aprecio as minhas vestes. — Viena Shigguratth agarrou pela braçadeira da escadaria — Eu me chamo Marie Viena Shigguratth, porém me chame somente de Viena. Sou uma das aliadas do instituto e quando digo aliada, quero dizer professora; Aqui não usamos este termo. 

— Qual a sua pretensão nesta academia cara Alice? — Viena permaneceu com a face ereta e sem expressão, mas seus olhos diziam muita coisa. 

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Após o agradecimento ao elogio por parte da professora, penso imediatamente.

— Calma... Eu tenho certeza de que meu elogio as vestes dela foram apenas um pensamento não pronunciado, como ela descobriu? — Penso com uma certa estranheza.

Contudo, eu prossigo o diálogo tranquilamente.

— Bem, eu apenas gostaria de aprender novas magias e aperfeiçoar os feitiços que já possuo para que possa me tornar uma feiticeira poderosa, e, consequentemente, independentemente. Quero ser capaz de me auto-defender para que não tenha mais que ser salva e sim ser responsável por salvar os demais. — Falo com mais confiança e seriedade.

— Eu imagino que esta academia seja a melhor escolha de lugar para se dar início a esse desejo, ideal para me oferecer conhecimento o bastante para que possa atingir patamares e lugares cada vez maiores, mais inexplorados e inacessíveis... Estou certa? — Digo isto enquanto vejo flashs de alguns dos lugares em meu pensamento, como a antiga e a atual Torre Vermelha, a Ilha da Deusa, o Velho Sul, etc.

— Não se preocupe, eu não leio mentes. Mas você é frágil o suficiente para seus pensamentos escaparem nessa sala sem ao menos perceber. É isto que aquele redoma verde faz, ele faz você se unir um só com a sala. Bem... É uma magia do Tahdur, ele acredita fielmente que devemos ser um só com a magia para compreendê-la. 

— Sinceramente, suas palavras são de cobiça, aqui não prezamos muito pela cobiça da magia, aqui é ser um só. Mas não se sinta péssima por isso, a magia adoça sua vida e atrai como uma teia de aranha — Viena desceu os degraus por completo, sentou-se em uma das poltronas — Conte-me um pouco sobre você, de onde vem, para onde quer ir e suas especialidades.

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