[Poesia & Poema] Pranto Lírico.

Estojinho de escola

Jazia me em uma sala vazia , repleta de mesas e cadeiras , era minha velha escola , em minha frente , um grande quadro branco completava a minha visão , era tão estranho estar ali , naquele vazio , onde antes fora tão cheio.

Sentia o passar das lembranças me assombrando , me completando e me fazendo reviver , a cada minuto que se passava , a cada respiração que emitia , sentia a presença de todos e ao mesmo tempo ninguém , sentia os rostros , os sorrisos e ao mesmo tempo me achava só.

Levantei me da sala , me dirigi ao quadro branco , tão branco que parecia refletir minha imagem , aah e que imagem , imagem daquele que um dia eu quis ser e jamais fui , o quadro já não refletia meus mentores , por mais que os procurasse , há muito se foram , fazia muito tempo que já não me aconselhavam , jazia me só , só como o quadro branco que um dia fora colorido.

Dirigi me ao corredor e ainda assim continuava só , não havia ninguém naquele largo corredor , lembro que costumava ser cheio e repleto de vida , em seu chão pés leves de mentes abertas e sonhadoras pisavam durante seus tempos de glória , sempre tão amável o largo corredor , que pena que hoje está vazio , continuei a andar com somente o vento a me acompanhar.

Na escada , subindo cada degrau me lembrei do quão dificil era passar por lá antes , tantas pessoas ali haviam estado , seja rindo , seja chorando e mesmo correndo , provavam a vida que ali estava , agora não já não havia graça em passar por lá.

Cheguei até o patio , vazio e grande , patio dos dos encontros , dos abraços e dos casos , patio querido onde te fostes , o que ti fizeram , agora estas só , tão só que somente o vento e as arvores emitem presença.

Próximo ao patio , havia a quadra , quadra esta que em seus dias carregava as disputas das peladinhas do recreio , tão boas , que faziam honrar os mais belos campeonatos do mundo , cuja torcida e astros se misturavam e revesavam , cuja emoção se sentia até o último fio de cabelo , hoje estas vazia , nenhuma bola corre mais , nenhuma vitória , nem mesmo um empate , somente a eterna derrota da solidão.

Segui e segui pela escola , em certo momento ao olhar parra o lado , me deparei com o corredor escondido , aahh que saudades , que doces lembranças tenho , daquele corredor pequeno e estreito , tão pequenino e tão amado , ali , onde fora o local dos toques , dos olhares e dos beijos , de tudo que é mais bonito no amor , corredorzinho lembro que foste o primeiro a quem apresentei a minhas amadas , jamais me julgaste , jamais me olhaste e sempre me acolheste , lembro também que o Sol em ti batia e me fazia ver o brilho dos olhos de minhas doces amadas , devo te eternamente os lindos momentos que passei lá , mas agora ao olhar te , não te reconheço , vazio já nem o teu amigo Sol bate em ti como consolo , estas só , justamente tu que sempre me acompanhaste.

Por último ao sair da escola , me deparei com a rua , era comum que eu me atrase a ir embora , naquela rua das conversas , das despedidas e do adeus , hoje sou apenas eu a me despedir , a dizer um longo adeus , de olhar a minha escola querida e lembrar-me dos meus tempos felizes , dos amigos que já se foram e dos amores que se apagaram . Mas de ti espero sempre ver-te bem , sempre ver-te colorida e torcer para que pronto escolhas outro para ajudar.

No fim , hoje já não sou mais o menino que acolhestes , já não te temo como no dia que entrei pela primeira vez , apenas te admiro a tua grandeza , somente digo um grande e saudoso adeus a ti minha escola querida