Kuroi aos seis anos em sua casa no interior do País do Raio
A história de Kyosuke Kuroi é um tanto quanto perdida. A família Kyosuke é conhecida em certas regiões do País do Raio pela sua religiosidade e cultismo. Seus membros, em boa parte, possuem características marcantes: pele negra, cabelos brancos e uma devoção intensa para sua divindade.
Enquanto criança, o garoto que até então possuía outro nome se destacava por estar sempre com um grande sorriso esbranquiçado que contrastava com sua pele escura. Por outro lado, não era destacado em suas habilidades de combate e manipulação de chakra. Frequentemente era visto tentando defender os injustiçados dos valentões que viviam em seu interior, e quase sempre apanhava tanto quanto quem ele tentou defender. Não apanhava apenas por ser um indivíduo pacífico, mas também porque mesmo se tentasse não conseguiria sequer segurar uma criança cinco quilos mais pesada que ele, em virtude de sua falta de qualidade no corpo a corpo ou em manifestar qualquer controle de chakra.
Sete anos atrás, em um projeto comandado por uma ala científica de Kumogakure no Sato que buscava crianças para testes e militarização da vila abriu um seletivo no interior onde residiam os Kyosuke para avaliar potenciais jovens, ao qual o garoto prontamente solicitou sua participação. Obviamente achou ter reprovado, indo completamente sem esperanças buscar o resultado de sua avaliação. O que aconteceu nesse episódio, no entanto, mudou sua vida para sempre. Chegando ao local, foi alvo de uma técnica finalizadora e acordou em uma zona escondida, mas que possivelmente era de Kumogakure no Sato. Ele não havia sido reprovado coisa nenhuma, pelo contrário, a intenção dos tais “avaliadores” era encontrar as crianças com menos talento possível para servirem de testes militares envolvendo replicação de DNAs coletados de ninjas de outras nações. O garoto, um dos poucos casos de sucesso nos testes, se adaptou muito bem a inserção do código genético diverso e em pouco tempo já conseguia mostrar certa afinidade com os elementais Doton e Suiton. Posteriormente, teve suas memórias apagadas quase que completamente, lembrando de pouquíssimos acontecimentos vagos de sua infância, tendo inclusive lembranças recentes de um nome dado por um funcionário benevolente daquela instituição: Kuroi, originário da família Kyosuke. Se recordou também desse homem como quem o divertia no tempo livre, ensinando especialmente a jogar partidas de shogi. Assim que teve suas memórias apagadas, foi deixado nos subúrbios de Kumogakure apenas com a roupa do corpo e um bilhete que garantia seu acesso à academia ninja sem testes prévios, com uma benesse de receber comida, água e mantimentos se tivesse presença e tirasse boas notas. Perambulando por certos locais da vila, o garoto sentia uma inexplicável vontade de vomitar, ouvia zumbidos e tinha sensações esquisitas, mas que de tão comuns, tornaram-se partes do dia a dia dele.
Kuroi, agora sem sentimentos e sem entender seu espaço na vida, passou a ter reações até mesmo de desprezo com aqueles mais fracos e com os sonhadores. Se ele ainda era considerado “alguém” mesmo sem saber seu passado, ninguém precisaria ter sentimentos para possuir alguma utilidade. Nesse momento, passou a entender que todos, especialmente os mais fracos naquele momento (isso se incluindo) não passavam de meras ferramentas pequenas de uma grande engrenagem, peões num jogo de shogi, que deveriam utilizar de suas vidas para um bem maior sem hesitar.
Com o passar do tempo, Kuroi encontrou em algumas pessoas uma característica em comum: a sede por poder. Para cumprir seu objetivo de servir da melhor forma ao seu time no tabuleiro, ele precisaria ser forte, e estar acompanhado dessas pessoas auxiliaria de forma mútua a todos os lados. Ingressando como Shinobi, o jovem Kyosuke está pronto para descobrir qual é seu lugar dentro do jogo!
Pessoa importante: Perdido em seus pensamentos, encontrou no Yondaime Raikage uma figura de autoridade, com força e vontade suficientes para comandar uma poderosa nação como Kumogakure. Aquele, pelo menos no sentido militar, era o Rei no shogi, a peça mais valiosa e que todas as outras deveriam seguir. Assim, após muitas tentativas, conseguiu um breve contato com a "Quarta Sombra da Nuvem", relatando sua história e seu ponto de vista, entendendo que talvez assim este percebesse que tem um jovem soldado disposto a evoluir ao máximo para seguir suas ordens. Apesar de ter sido expulso do escritório em poucos minutos, um de seus assistentes mais próximos disse após ter retirado o garoto que ele havia falado muito bem e que provavelmente chamou a atenção do Raikage. Desde esse evento, Kuroi sente que, ao menos entre as crianças de mesma idade, ele é o mais próximo do líder da vila.