Ilha do Crepúsculo Eterno - País do Redemoinhos

Próxima à costa ocidental do antigo País do Redemoinhos, a Ilha do Crepúsculo Eterno é envolta em mistério e temor. Coberta por uma névoa constante, que conforme os antigos cultos locais diziam, era associada ao reino dos mortos, onde dizem as lendas que uma criatura lendária chamada Dai Shinigami, exerce seu domínio. Dizem que, ao pisar na ilha, o céu assume uma tonalidade crepuscular eterna. No passado, o clã Uzumaki e o Nidaime Hokage utilizavam a ilha para rituais de comunicação com os Shinigamis. Além disso, ninjas experientes relatam que, ao se aproximar dessa região, todo fluxo de chakra, sons, odores e presenças parecem simplesmente desaparecer, como se toda capacidade sensitiva fosse inútil nessa região.

Kaguya Rena nesse momento se encontrava num pantano todo lamacento, seu corpo coberto por lama enquanto uma densa névoa inundava sua visão. Não conseguia notar a presença nem de Madara, Hanya e Myato. Ela se levantaria por impulso notando ossos humano espalhado pelo pântano, vestígios de vários shinobi que teriam morrido ao adentrar naquela região, indicando que aquele lugar era mais assustador do que ela pensava. Suas roupas e manto da Akatsuki estavam tão sujos com aquela lama negra, que dificilmente alguém conseguiria reconhecer sua aparência. Com um breve olhar, que fitava toda aquela região com certa seriedade, seus olhos finalmente se acostumando com a neblina.


Aquele pântano estranho exalava algo além de podridão; era como se o próprio ar carregasse uma presença que não pertencia ao mundo humano. As árvores, magras e retorcidas, pareciam dançar em uma paródia grotesca de vida, enquanto criaturas esqueléticas espreitavam dos cantos escuros. Seus olhos negros como o abismo seguiam cada movimento de Rena, oscilando entre o apático e o predatório. Quando ela piscava, parecia que estavam mais próximos do que antes, desafiando toda lógica e sanidade. O tempo no pântano era uma piada cruel—não havia sol, lua ou estrelas, apenas uma luz esverdeada que pulsava como se o próprio ambiente respirasse.


Os passos rápidos surgiram de sua esquerda, interrompendo o silêncio opressivo. Rena mal teve tempo de reagir antes de ser atingida por um chute que parecia desprovido de qualquer conceito de misericórdia. A dor a lançou contra uma árvore, que cedeu levemente, como se fosse carne mole, antes de retornar à sua forma sólida.

Quando seus sentidos voltaram, a figura à sua frente era... inesperada.

— Uh? Você não é um fantasma maluco?

Rena piscou, tentando entender se o homem musculoso e exuberante à sua frente era real ou mais uma ilusão do pântano. Ele coçava a cabeça, parecendo confuso, mas com uma postura de confiança quase infantil.

— Oh, perdão... Pensei que fosse alguma projeção de algum genjutsu maluco. — Ele sorriu, um sorriso que era impossível odiar, mesmo no contexto surreal. — Aliás, você até que é forte, garota. Não é qualquer um que sobrevive ao meu chute.

Maito Gai. O nome explodiu na mente de Rena como uma nota dissonante em uma música sombria. Ele era uma lenda de Konoha, conhecido por sua força absurda e por um senso de humor que parecia pertencer a outro mundo. Mas o mais perturbador não era a presença de Gai; era como ele parecia completamente deslocado do horror palpável daquele lugar. Enquanto Rena tentava calcular suas chances, algo estranho aconteceu. As árvores começaram a sussurrar—não o farfalhar de folhas, mas palavras em um idioma incompreensível que gotejava em sua mente como um veneno doce. O rosto de Gai, no entanto, permaneceu inabalado.

— Hm... Eu já te vi em algum lugar? — Ele estreitou os olhos, encarando-a com intensidade. Mas em vez de acusá-la, ele deu de ombros. — Nah, deve ser só impressão. Qual é o seu nome, moça cheia de juventude?

Porém, uma nova percepção arrepiou sua espinha: as criaturas ao redor não olhavam mais para ela. Todos os olhos, negros e famintos, estavam voltados para ele. E eles sorriam. E foi como, se a névoa ao redor de Rena e Gai tomassem forma, imediatamente silhuetas tomaram forma. Presenças que Rena... Conhecia muito bem, elas pareciam encarar a Kaguya com um olhar extremamente assassino, como se quisessem se vingar por tudo que ela fez eles passarem. Como se aquele local, estivesse... tentando julgar todas as ações tomadas pela Kaguya naquele instante.

— Kaguya... Rena... — Os dois falariam ao mesmo tempo, quase como se fossem fantasmas. — Você... nós... pagará... por... tudo... que... fez...




Madara, Myato e Hanya estavam presos numa densa névoa, a sensação de serem arrancados do mundo real e jogados em um pesadelo nunca havia sido tão palpável. O ar era espesso, quase substancial, e o som de suas respirações ecoava de maneira dissonante, como se o próprio ambiente estivesse escutando. O terreno sob seus pés era úmido, mas não de uma maneira natural—o chão parecia respirar junto com eles, uma batida lenta e ritmada que mexia com seus nervos. A ilha, com sua paisagem fantasmagórica, não oferecia qualquer sinal de civilização. As árvores eram anomalias, se contorcendo em formas grotescas, como se a natureza tivesse sido distorta e deformada por alguma força incompreensível. Havia algo de errado na maneira como as sombras se moviam entre as árvores, como se não obedecessem à luz ou à realidade. As folhas não farfalhavam; elas sussurravam, palavras baixas e desconexas, como se as próprias plantas fossem testemunhas de algo macabro.

Myato olhou por instinto para Hanya, mas o que viu em seus olhos não foi a determinação habitual. A tensão era palpável, um misto de medo e curiosidade. A ideia de estarem ali, naquele lugar onde a lógica parecia desvanecer-se como fumaça, era sufocante. Eles haviam sido transportados sem aviso, como peças de xadrez sendo movidas em um jogo cósmico de forças além de sua compreensão. A sensação de estar sendo observado não era mais uma simples intuição—era uma certeza visceral.


E então, o silêncio foi quebrado. Uma presença familiar emergiu nas costas e se chocou contra Hanya naquele breve segundo. Quando Hanya se virou, sentiu seu coração se apertar.

— Por qual m-motivo... Vocês me mataram? O q-que, eu tinha f-feito para v-vocês? — A garota parecia carregar lagrimas em seus olhos, praticamente implorando uma explicação para sua suposta morte. — Como está... minha irmã? Vocês... ao menos... já hesitaram alguma vez na vida em tirar a vida de alguém?

Madara fitava o horizonte daquela região como se o mundo inteiro estivesse em desacordo com sua própria existência. A sensação era familiar—um genjutsu, talvez. Um truque, uma manipulação da mente de alguém que desejava testá-lo. Seus olhos, afiados como lâminas, vasculhavam a paisagem fantasmagórica, mas o que ele viu, no entanto, fez um calafrio percorrer sua espinha. Algo no ar se rompeu, e ele não pôde evitar a sensação de que o próprio espaço ao seu redor estava se distorcendo.

E então, ela apareceu.


Uma garotinha estranha. Seus cabelos estavam bagunçados, seus olhos, vazios e carregados de uma tristeza profunda. Mas o que mais chamou sua atenção foi o buraco no centro de seu peito—uma ferida absurda, macabra, como se alguém tivesse arrancado algo essencial de seu corpo. O sangue, já seco, manchava suas roupas, mas ela não parecia sentir dor. A expressão em seu rosto era de uma tristeza insuportável, como se o peso do mundo estivesse sobre ela, algo que um ser humano jamais deveria carregar. Ela olhava para Madara com um semblante desapontado, o que fez o Uchiha parar por um instante, desconcertado. Ele conhecia aquele olhar. Era o olhar de uma alma que havia sido quebrada, de alguém que tinha sido cruelmente jogado para longe de sua própria humanidade.

— Por qual... motivo... você está fazendo tudo isso? Não é por minha causa, é? Não me diga... que eu fui o gatilho inicial para toda essa merda? — Ela falou, sua voz fraca, como um sussurro que parecia ecoar em sua mente. — Matar... nosso... sensei... matar a Kushina-chan... O QUE HÁ COM A MERDA DA SUA CABEÇA, SEU DESGRAÇADO!? VOLTE AGORA PARA KONOHA, E PEÇA DE JOELHOS, DESCULPA POR TODA MERDA QUE VOCÊ FEZ, AGORA!


Madara deu uma risada baixa, insana, sem controle. Ele estava tão acostumado com manipulações mentais que se permitiu um momento de prazer, como se estivesse sendo desafiado por um truque digno de sua grandeza. Ele sabia que a ilusão estava apenas começando a se formar, uma jogada de um adversário que provavelmente pensava que isso poderia tocá-lo. Ele olhou para a garota com desdém, sua confiança intacta, quase rindo da audácia de quem quer que estivesse por trás disso.

— Certo... Certo... Muito legal esse genjutsu, aprecio o esforço e atmosfera, seja lá quem estiver usufruindo ele. É até poético. — Madara disse, com um sorriso sardônico por debaixo de sua máscara. — Porém... Se acha que usar essa garota vai me afetar emocionalmente, estão muito enganados. Apareça, onde estiver.

A garota responderia, enquanto lagrimas de sangue inundavam seus olhos:

— Eu... n-não queria... mas... vou ter que colocar j-juizo na m-merda de sua cabeça...


Mas então, um sutil tremor percorreu o ambiente. O ar se fez denso, e Madara, mesmo com sua imensa experiência, sentiu algo mudar. O chakra da garotinha se intensificava, como um manto escarlate que começava a envolver seu corpo em uma aura pesada. Seus olhos, antes vazios, começaram a brilhar com uma intensidade quase sobrenatural, e uma pressão opressiva se acumulava ao seu redor. O Uchiha, que antes estava em total controle, sentiu um arrepio de inquietação subir pela sua espinha.

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Chateada com o que aquela situação poderia significar, Hanya comentou. — É realmente cruel pensar que uma garota tão inocente, sem nenhuma corrupção em seu coração, acabaria em um lugar como este após sua morte. Nada nesse ambiente asqueroso representa Yuuhi Suzuki. Apareça de uma vez e pare de se esconder por trás de uma garotinha! Com receio de que toda aquela loucura fosse real, Hanya refletiu consigo mesma. — Não tenho certeza se isso aqui é um Genjutsu. Com todas as loucuras que venho descobrindo ultimamente, não duvido que possa estar lutando com a alma de Yuuhi Suzuki. Será que matá-la aqui significaria extinguir sua alma para sempre? Preciso tomar cuidado com minhas ações. Talvez Nelliel consiga enxergar além com suas habilidades sobrenaturais. Não queria expor isso para os outros, mas não vejo outra solução mais segura.

Concentrando-se para manifestar seu Ego, Hanya juntou as palmas das mãos como em uma prece. Canalizando sua energia espiritual, ela materializou Nelliel com Conjuração Sobrecarregada. — Apareça, Nelliel! Por favor, me diga o que é essa menina diante de nós. E aquela outra, de cabelos castanhos, ali. Elas são realmente espíritos? Tenha cuidado. Fique recuada e busque conhecimento. — Após transmitir suas instruções ao Ego por meio de palavras, propositalmente feitas para que algum aspecto daquela entidade pudesse evoluir, Hanya esperou pacientemente, ouvindo e sentindo a resposta de Nelliel em relação à sua pergunta.


Se Nelliel confirmasse que as projeções não eram as almas reais, Hanya passaria à ofensiva, executando o Fuuton: Atsugai em potência alta. Concentrando o chakra de vento em suas mãos, ela comprimiria o ar até torná-lo denso e explosivo no momento do impacto. Com a massa de ar suficientemente concentrada, Hanya lançaria o jutsu, recuando imediatamente para trás de Myato e mantendo-se longe o bastante da outra garota que enfrentava Madara. Caso Nelliel confirmasse que aquilo eram almas reais, Hanya conversaria com Madara para confirmar que não se tratava de um Genjutsu, mas sim das almas verdadeiras das pessoas ali presentes. Mesmo após dar total liberdade ao seu Ego, Hanya instruiu Nelliel a permanecer junto dela naquele momento, garantindo que ambas estivessem preparadas para qualquer eventualidade.

@Nie @Zatrys @Ben Ikneg

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Kaguya Rena, com sua venda agora retirada, examinava o estranho ambiente enquanto seu Yamigan brilhava em tons escarlates. O lugar parecia pulsar com uma energia bizarra, uma camada de chakra instável que se movia como uma criatura faminta, ávida por consumir o que tocava. Tudo ali parecia vivo, mas não de maneira natural. Era mais uma sensação parasítica, sufocante. Maito Gai, ao seu lado, mantinha um olhar intrigado, ainda tentando entender onde estavam. A mentira de Rena foi lançada com calma e um tom entediado, quase como se o próprio ato de mentir fosse um passatempo para ela.


A reação de Gai foi imediata, mas inesperada. Ele cruzou os braços, apoiou o queixo em uma das mãos e começou a ponderar com um ar sério. Primeiro, franziu a testa. Depois, coçou o queixo. Então, arqueou as sobrancelhas, como se alguma lembrança antiga tivesse emergido. Por fim, tocou a testa com a palma da mão, seus olhos arregalados em revelação. Rena observava Gai, esperando uma reação normal — talvez desconfiança, talvez indiferença. Mas não estava preparada para o que viria a seguir. Ao ouvir sua "revelação", Gai arregalou os olhos, como se ela tivesse acabado de anunciar que ela era a verdadeira Hokage por trás das sombras. Ele ficou completamente imóvel por um instante, os olhos piscando rápido, a boca entreaberta.

Sua voz se intensificaria, com total surpresa:

— N-NANI?! — Ele deu um passo para trás dramaticamente, apontando para Rena como se ela fosse uma aparição sobrenatural. — FILHA DO KAKASHI?! Como ele pode... Meu eterno rival e modelo de juventude ideal... sempre tão reservado, tão misterioso... tão... tão Kakashi... Ele teve uma filha antes de mim? E o pior... Ele simplesmente a largou no mundo sem se responsabilizar? Ele já te pagou algum tipo de pensão na vida? A-aquele vagabundo irresponsável, como pode colocar uma filha no mundo e simplesmente deixa-la sem um apoio paterno? Aquele imprestável miserável... KAKASHI!

Ele gritou pelo nome de seu amigo em direção do céu, como se esperasse que o próprio surgisse das nuvens.


Por fim, após perder as forças. Ele iria se virar em direção de Rena e fazer um sinal positivo com seu polegar:

— Minha jovem sobrinha da juventude! — declarou, erguendo o punho cerrado. — Perdoe-me por nunca saber de sua existência! Mas saiba disso agora: eu, Maito Gai, seu tio de sangue, juro proteger você com toda a minha força. Vamos para Konoha agora mesmo, cobrar aquele vagabundo por todo dinheiro que ele deve a você e sua mãe... Ah... Bem... Eu tinha vindo para essa região para entregar um pergaminho secreto para um senhor que vive nessa ilha, era o senhor feudal do Redemoinho, antes de... bem... essa nação ser consumida pela guerra e ele se isolar por completo, porém... Acabei me perdendo e aqui estamos... Fui atacado por algumas coisas que pareciam ser fantasmas e meus ataques de taijutsu derrubaram eles, mas depois ressurgiram sem nenhum tipo de dano. Foi um tanto... bizarro...


Após o confronto inesperado com Maito Gai, Rena mal teve tempo para recuperar o fôlego antes que as silhuetas de seus antigos inimigos surgissem diante dela, cheias de uma malícia espectral. Apesar da tensão crescente, seu rosto permaneceu impassível. Ela reconheceu aquilo como uma ilusão e decidiu agir. Sem hesitação, iniciou os selos para o Doton: Tojinbo, suas mãos firmes moldando o chakra que se transferia para o solo. Pilares de pedra irromperam em todas as direções, transformando o campo de batalha em um labirinto de rochas irregulares. Cada explosão parecia gritar em desafio ao inimigo, servindo como uma barreira entre ela e os fantasmas de seu passado.


Com um suspiro tenso, Rena concentrou-se para usar o Genjutsu: Kai, mas, ao ativar o jutsu, percebeu algo aterrador. Nada mudou. Nenhum tremor na realidade, nenhum sinal de que estava presa em uma ilusão convencional. Era como se o mundo ao seu redor fosse mais real que o próprio chão sob seus pés.

Antes que pudesse processar a situação, uma figura emergiu das sombras. Kiba, atravessando os pilares de pedra como um espectro intangível, os olhos brilhando com um ódio pulsante que parecia devorar tudo ao seu redor. Sua voz ecoou como uma lâmina cortando o ar.

— Sua... mulher desgraçada... Acha mesmo que vai ser como da última vez? Eu consigo sentir seu cheiro de merda. Você não vai fugir de mim, TSUUGA!


Kiba lançou-se em um rodopio frenético, uma tempestade de velocidade e poder que parecia desafiar as leis da física. O impacto foi devastador. Rena sentiu uma dor que transcendeu o físico, como se sua mente estivesse sendo esmagada sob o peso do ataque. Seu corpo foi arremessado como uma boneca de pano, chocando-se contra uma árvore próxima. No instante do impacto, a madeira se desfez em pedaços podres, como se há muito estivesse morta.



Enquanto Rena lutava para se levantar, o gosto amargo de falso sangue inundava em sua boca, outra ameaça surgiu. Shino, manipulando enxames de insetos que pareciam vibrar com uma fome insaciável, avançava em sua direção. Contudo, antes que ele pudesse atacar, um borrão verde atravessou o campo de batalha. Maito Gai, em um movimento ágil e brutal, desferiu um conjunto de ataques com seus nunchaku o que atingiu Shino como um furacão esmeralda. O corpo do inimigo explodiu em uma chuva grotesca de sangue e insetos.

Após isso, Gai iria emergir para perto da Kaguya, e comentaria preocupado:

— Está bem, Rena-san? — Gai perguntou, sua respiração pesada mas firme. — Eles podem parecer fantasmas, mas não subestime seus ataques. Se os ataques deles tocarem em você, sua sanidade será consumida por completo.


Antes que pudessem formular uma estratégia, o horror se intensificou. Outro Shino emergiu das sombras, sua presença tão sólida e ameaçadora quanto o primeiro. O enxame de insetos ao seu comando parecia multiplicar-se, zunindo com uma ferocidade que perfurava os ouvidos e as defesas. Os olhos vazios da aparição estavam fixos em Rena e Gai, como se fossem faróis da morte.


Rena, ciente de que derrubar aquelas figuras espectrais era uma tarefa quase impossível, soltou um suspiro pesado. O desespero tentava se infiltrar em seus pensamentos, mas ela o afastou com a determinação de um guerreiro calejado. Com um movimento rápido, sacou seu pincel e começou a desenhar freneticamente no ar. Traços fluidos se materializaram em uma criatura de tinta que tomou forma diante dela: um pássaro colossal, com asas negras que pulsavam com energia criativa, surgia para mudar o rumo da batalha.


Antes que pudesse subir ao dorso da criatura, um movimento rápido chamou sua atenção. Kiba reapareceu como uma tempestade voraz, lançando-se em direção a ela com uma fúria implacável. Desta vez, porém, Rena estava pronta. Suas mãos se moveram em um único fluxo, sacando suas espadas gêmeas em um arco mortal. As lâminas, envoltas em eletricidade, brilharam como raios ao atravessarem o corpo de Kiba. O espectro foi dilacerado, seu torso se separando grotescamente, explodindo em um fluido sangrento que evaporou no ar como se nunca tivesse existido.

Sem perder tempo, Rena subiu no gigante pássaro de tinta. As asas da criatura bateram com força, erguendo-a acima do campo de batalha. Gai, ágil como sempre, utilizou sua força monumental para impulsionar-se em um salto, pousando ao lado de Rena no dorso da criatura. De cima, os dois observavam o campo abaixo, onde os fantasmas pareciam se multiplicar incessantemente, várias silhuetas diferentes, muitas delas Rena nem conseguiria reconhecer de imediato, provavelmente eram figuras que Gai havia matado no passado.

Rena conduzia o pássaro de tinta com maestria, movendo-se em ziguezague pelo ar numa tentativa desesperada de escapar dos inimigos imortais que pareciam surgir infinitamente. Seu coração martelava no peito enquanto sentia o peso daquela perseguição implacável. Foi então que percebeu algo incomum: o céu acima dela começava a se fechar em nuvens negras, pulsando com eletricidade estática.

Entre os espectros, uma figura familiar surgiu, seu rosto carregado de ódio e vingança. Kurosuki Raiga. Mesmo morto, o antigo portador das Espadas Kiba ainda era um símbolo de destruição. Em suas mãos, réplicas grotescas das espadas que Rena agora carregava brilhavam com raios que pareciam vivos. Antes que pudesse reagir, um raio monumental rasgou o céu, atingindo o pássaro de tinta com força devastadora. A criatura explodiu em uma chuva de tinta negra, e Rena e Gai foram lançados em direção ao solo. Seus corpos colidiram violentamente contra uma árvore, os galhos estalando e se partindo sob o impacto, amortecendo minimamente a queda. Finalmente, ambos atingiram o chão.


Rena se levantou primeiro, seu corpo incrivelmente resistente absorvendo o impacto que teria matado qualquer pessoa comum. Apesar de estar ilesa fisicamente, a situação era mentalmente extenuante. Antes que pudesse recompor seus pensamentos, uma presença inesperada se fez notar.

Uma garota.

Ela parecia ter cerca de dez anos, com traços inconfundíveis do Clã Yuki — cabelos tingidos com vestígios de uma cor desbotados e um olhar inocente, mas afiado, como se observasse além da realidade. A menina segurava um pequeno pássaro em seu dedo, que parecia cochichar algo inaudível em sua direção.

— Não é ela, não. A Sakuya-sensei é muito mais velha que ela, senhor Bigodes... Tem certeza de que não há outra albina estranha nesse território? Tipo... A Kaguya que eu to procurando, não é bem uma Kaguya, sabe? — disse a garota, inclinando a cabeça e observando Rena com uma curiosidade despreocupada.

Sem esperar por uma resposta, virou-se novamente para o pequeno pássaro e depois para Rena.

— Moça, venha até meu acampamento. Eu e o meu papai podemos te proteger desses fantasmas. Pode não parecer, mas sou muito boa para lidar com espíritos vingativos. Prazer, meu nome é Chinoike Mizumi.

Com um gesto tranquilo, ela deu as costas e começou a caminhar em direção a uma região onde, à distância, Rena percebeu um acampamento. O ar ao redor daquela área parecia estranhamente diferente, como se a neblina opressiva que permeava o resto do campo de batalha estivesse enfraquecida ali.

Gai, que havia se levantado ao lado de Rena, estreitou os olhos, observando a região com atenção.

— Estranho... O ambiente parece mais estável naquela direção. Talvez essa garota saiba de algo que não sabemos.

Ação livre para @Nie


Hanya fechou os olhos por um breve instante, sua respiração se tornava profunda e controlada. Ao concentrar sua energia espiritual, o ar ao redor pareceu vibrar, carregado por uma pressão quase sufocante. A figura etérea de Nelliel tomou forma, seu corpo flutuando como uma extensão do próprio Ego de Hanya. Ela era mais do que uma invocação; era uma manifestação sobrecarregada, imbuída com a determinação e o orgulho de sua conjuradora.Com a visão de seu Ego expandido, Hanya percebeu algo estranho nas figuras diante dela. Seus contornos pareciam densos, como se tivessem alguma substância verdadeira, mas suas almas eram fragmentadas, incompletas. Eram ecos, talvez projeções de algo real, mas não mais do que sombras sem vida própria. Clones de uma verdade corrompida.


Confirmando sua suspeita de que aquelas entidades não eram almas reais, Hanya reagiu sem hesitação. Seus selos de mão foram rápidos e precisos, e o ar ao redor rugiu quando ela lançou seu Fuuton: Atsugai em potência máxima. O vendaval devastador avançou como uma muralha invisível, atingindo uma das figuras – a garota que Hanya reconheceu como alguém que ela mesma havia tirado a vida no passado.


O impacto foi violento. O corpo da garota explodiu em uma grotesca dispersão de sangue e órgãos, a cena tão brutal quanto o poder que Hanya havia desferido. Mas antes que ela pudesse se sentir segura, um movimento súbito e quase imperceptível trouxe a figura da garota para trás de Hanya. Ela estava ali, com uma kunai adornada por uma tarja explosiva em mãos, e seus olhos carregavam um brilho de vingança inexorável.

Dano Recebido:
— 20 de sanidade

A explosão que se seguiu foi ensurdecedora. Hanya foi arremessada violentamente, seu corpo colidindo com o chão enquanto o impacto reverberava pela floresta. Antes mesmo que ela pudesse se recompor, Myato, observando a cena com indignação crescente, avançou. Seus olhos ardendo com determinação enquanto suas mãos realizavam os selos de mão. Mokuton: Sashiki no Jutsu.


Um galho pontiagudo disparou de sua mão, perfurando a garota espectral e a jogando ao chão com força brutal. O galho começou a se expandir dentro do corpo dela, rompendo tecidos e ossos, até que a explosão visceral de sangue e carne sinalizou seu fim. Ou assim parecia.

Para o horror de todos, a garota surgiu novamente, desta vez ao lado de Madara. Ele permaneceu imóvel por um instante, observando-a com a calma aterradora de um predador. Então, lentamente, Madara retirou sua máscara parcialmente, revelando apenas sua boca. Um turbilhão de chamas emergiu, tão intenso que parecia capaz de consumir o próprio ar.

O fogo não apenas atingiu a garota que Hanya e Myato estavam lutando, assim como outra figura que estava próxima de Madara, mas varreu a floresta, reduzindo árvores e o próprio solo a cinzas. Uma explosão em larga escala sacudiu o ambiente, lançando uma nuvem de calor e destruição que parecia não ter fim. Mas mesmo assim, das cinzas, mais réplicas começaram a emergir, como se estivessem gritando de dor pelo calor absurdo que a técnica de Madara havia lançado sobre eles.


Foi então que Madara hesitou por um instante. Entre as sombras flamejantes, uma nova silhueta surgiu, mais distinta e ameaçadora que as outras. Algo nela parecia abalá-lo, como se tocasse uma memória enterrada ou um temor ancestral. Sem pronunciar uma palavra, ele apertou os punhos, o fogo ao seu redor se intensificando ainda mais, enquanto seus olhos varriam o campo em busca de respostas. Ele falaria para Hanya e Myato rapidamente:

— Tentem localizar Rena e nosso atual alvo, Bee... Eu encontrarei vocês mais tarde. — Madara parece fazer menção de realizar selos de mão naquele instante. — Provavelmente foi nessa região que Senju Tobirama, o Nidaime Hokage, criou a técnica que conhecemos como Edo Tensei. Esse lugar... provavelmente consegue replicar os mortos de alguma forma incompleta, sem muito aprofundamento, como um mecanismo de defesa para proteger "algo" que desconhecemos. Porém... Para sustentar algo assim, precisa existir um núcleo, alguém consciente para controlar os movimentos desses falsos fantasmas. Vou encontrar isso primeiro e destrui-lo... Se não, nossa missão vai ser impossível de realizar nessa região.

Ação livre para @Zatrys e @ZeddaSilva

— Tenho certeza de que vi o corpo dessa cretina voar em mil pedaços. Como será que ela conseguiu sobreviver ao meu jutsu? Será que usou algum tipo de técnica? — Surpresa com a velocidade de Suzuki, Hanya se levantou, ativando seu Sharingan imediatamente. Com o desenrolar da batalha, Madara finalmente fez seu primeiro movimento. Empolgada para ver como o ninja lutava, Hanya imaginava quais tipos de técnica Madara escondia. — Eu sempre quis ver esse velhote lutando. Será que ele tem um Susanoo igual ao do Itachi? — Madara, com certa urgência para sair daquele lugar, resolveu usar um Katon nunca visto antes por Hanya. Com a mesma intensidade de sua presença amedrontadora, Madara liberou um fogo tão intenso e volátil que fulminou aqueles que atrapalhavam seu caminho. Maravilhada com a forma do jutsu, Hanya se permitiu contemplar cada segundo da técnica, analisando a postura que Madara mantinha e observando como as chamas dançavam pelo espaço. (Tentativa de copiar o jutsu com Sharingan.)


Hanya sabia que, para executar uma técnica como aquela, precisaria de treinamento, mas o primeiro passo já havia sido dado. Certamente, no futuro, seu Sharingan iria ajudá-la nessa questão. Agora, determinada a encontrar Rena o mais rápido possível, Hanya utilizou seu Kuchiyose no Jutsu combinado com o Sanzengarasu no Jutsu, invocando uma quantidade absurda de corvos. — Dispersem-se! Achem Rena para mim! — Com o comando dado, era uma questão de tempo até que algum dos corvos localizasse a menina. Calmamente, Hanya caminhou em direção ao norte, passos tranquilos, aguardando uma informação concreta sobre o paradeiro de Rena.

Enquanto caminhava, a menina se lembrou de Nelliel e a chamou para perto. Com o ego invocado em total liberdade, no decorrer da caminhada, a Uchiha tentou desenvolver um diálogo com o ser que mais parecia um boneco sem emoção. — Ei, Nelliel, este é um lugar estranho, não acha? Parece um pouco com o inferno que vi quando quase morri aquela vez em Konoha, porém menos intenso. Quem será o infeliz por trás de um jutsu tão miserável como este, usando a essência de pessoas já mortas para lutar? Realmente deve ser uma criatura diabólica. Seja como for, vamos achar aquela caipira logo. Este lugar é bastante desagradável.

@Nie @Zatrys @Ben Ikneg

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Chinoike Mizumi parecia flutuar ao invés de caminhar, seus passos leves quase não faziam barulho, como se ela não pertencesse completamente àquele solo hostil. Seus braços balançavam levemente, os dedos finos desenhando traços invisíveis no ar. O sorriso sereno e despreocupado em seu rosto irradiava uma combinação peculiar de inocência e confiança, deixando uma impressão contraditória: era ao mesmo tempo acolhedor e enigmático.

Ao redor dela, animais magricelos e selvagens moviam-se com cuidado, observando-a com olhos brilhantes e atentos, quase reverentes. Suas aproximações tímidas e respeitosas sugeriam um entendimento tácito, como se Mizumi pertencesse a um reino diferente, um reino onde todas as criaturas eram suas iguais. A visão era tão surreal que fez Rena se sentir como uma personagem secundária em uma história de fadas, andando ao lado de Gai e daquela figura encantadora, quase etérea. Por um momento, o mundo ao redor pareceu menos sombrio, as sombras do ambiente hostil dissipando-se na luz tênue da presença de Mizumi.

Rena, por fim, quebrou o silêncio, apresentando-se de forma firme, mas curiosa. Mizumi ouviu com atenção, os olhos semicerrados como se estivesse provando cada palavra dita. Após alguns segundos de reflexão — suficientes para criar um suspense desconfortável —, ela inclinou a cabeça levemente, os cabelos longos dançando no ar, e respondeu com um tom doce, mas enigmático:

— Bom... A garota que estou procurando carrega o nome Kaguya. Mas, sabe... Não é como se ela fosse realmente uma Kaguya de sangue, entende? Apesar de que... Eu duvido muito que você, Rena-san, seja a última Kaguya viva. — Um sorriso infantil e adorável curvou seus lábios enquanto ela cruzava os braços e inclinava a cabeça para o outro lado. — Meu papai não é o senhor feudal dessa região, não... Eu e ele somos viajantes, lidamos e investigamos algumas anormalidades que ocorrem no mundo. Também estamos procurando algumas pessoas que estavam conosco não faz tanto "tempo" assim.

Ela enumerou com um entusiasmo quase infantil:

— Um..."Kaguya" Sakuya, uma albina magricela que me ensinou muita coisa, inclusive como pescar. Dois... Chinoike Ikhor, um tiozão com cara de mal e um pouco... boomer, mas ele me ensinou muito sobre genjutsu. Três... Kamizuru Selene, uma garota que deve ser um pouco mais velha que eu, meio assustadora, super inteligente e com cabelos e olhos azuis. E 4... Kamizuru Zephyr, que é medroso, mas fofinho e super criativo, ele é irmão da Selene-chan... Ambos devem estar com as memórias um pouco distorcidas, mas... Prometemos que iriamos nós encontrarmos em algum momento específico, juntos... Nós fazemos parte de uma organização chamada Scylla e nosso objetivo é... Pera, tínhamos algum objetivo?

Mizumi divagava com naturalidade, completamente alheia ao tom sério da conversa. Percebendo que havia se distanciado do assunto, Mizumi piscou e voltou a atenção à pergunta mais intrigante, ela iria tossir um pouco, como se estivesse tentando interpretar um papel de alguém que sabe muito sobre a situação:

— Zaldrīzo ānogar iksos... Errr... Cof... Cof... Esses "fantasmas", conforme os livros que li, são manifestações do poder maldito do Dai Shinigami. Ele é tipo... uma divindade suprema entre os Shinigami. Um demônio que governa o mundo dos mortos e que julga as almas de todos os seres mortos, sabe? — Seu tom doce e casual, enquanto tentava imitar uma pessoa séria, tornava o assunto ainda mais perturbador. — Você já ouviu falar do Clã Uzumaki, certo? Eles eram incríveis, super habilidosos com selos e coisas do tipo. Eles também faziam pactos com divindades da morte, vulgo, shinigami(s) que essencialmente são essas criaturas que conhecemos praticamente nada, mas que eram absurdamente poderosas. Num grande geral, esse lugar está sobre efeito de um jujutsu, com capacidade de interagir diretamente com a alma de quem pisa nesse território.


Apesar de aparentar ter cerca de 10 anos, Mizumi exalava uma mistura peculiar de ingenuidade e introspecção. Sua maneira de agir, ao mesmo tempo, benevolente, prestativa e desatenta, fazia Rena questionar se a garota era genuinamente alheia ao perigo ao seu redor — ou se, talvez, fosse muito mais poderosa do que aparentava e não tivesse medo de esconder seus pensamentos e quem ela é realmente. Enquanto caminhavam, Mizumi parou abruptamente ao avistar algo incomum: uma pequena flor que brilhava suavemente na escuridão. Era uma bioluminescência delicada, quase etérea, típica de flores que normalmente só existiam em ambientes controlados, como laboratórios. Contudo, ali, no meio daquela paisagem inóspita, elas pareciam prosperar, espalhadas como pequenos pontos de luz.

Mizumi se abaixou com um cuidado inesperado e segurou a flor entre os dedos finos. Aproximou-a do rosto, fechou os olhos e inspirou profundamente, como se aquele momento tivesse um significado especial.

— Esse mundo... é fantástico, não é? — murmurou ela, a voz baixa, quase um sussurro. — No começo, eu achava que era uma má ideia, mas... Papai estava certo. Existe tanto futuro aqui... Tantas possibilidades...


Ao chegar no acampamento, Kaguya Rena encontrou um homem imponente, cuja presença se destacava pela expressão séria, barba espessa e corpo musculoso. Ele estava preparando algo em uma pequena panela, que exalava o aroma de uma sopa simples. Pedaços de couro de coelho estavam espalhados ao redor, e sua espada enferrujada, de proporções imensas, repousava ao seu lado. A lâmina, visivelmente desgastada pelo tempo, transmitia a impressão de que mal aguentaria mais um golpe, o que fez Rena recordar do machado de seu companheiro Myato — tão envelhecido e deteriorado que parecia prestes a se quebrar ou, pior ainda, envenenar qualquer um que o tocasse.

O homem levantou os olhos, e seus olhos penetrantes encontraram os de Rena, parecendo avaliar cada detalhe dela como se tentasse ler sua mente. Antes de tomar qualquer atitude, sua mão se moveu lentamente na direção da espada, hesitando ao observar o metal enferrujado. Quando ele percebeu a presença de Maito Gai ao lado de Rena, sua mão ficou suspensa no ar, uma pausa pensativa antes de ser posicionada, de forma cuidadosa, sobre seu queixo, como se estivesse ponderando a situação.

Sua expressão mudou então, voltando-se para Mizumi com uma mistura de frustração e preocupação.

— Filha... já te falei mil vezes que não deve sair do acampamento enquanto eu estiver caçando. Você ainda é uma criança. Não tem que se arriscar assim, andando sozinha por aí.

Mizumi, inflando as bochechas com um semblante descontentamento, tentou ocultar a preocupação com uma atitude desafiadora.

— Daor... Eu sei me cuidar! Já sou grandinha, não preciso da sua proteção. Eu posso procurar a Sakuya-sensei sozinha!

O homem soltou um suspiro profundo, quase esgotado pela paciência. Naquele acampamento, só parecia existir aquele homem, e aquela garotinha para a infelicidade de Rena.

— Hagoromo do céu, que língua é essa, para de imitar o Ikhor, por favor... Essa garota vai ser um pesadelo quando chegar à adolescência. Olha o trabalho que você me deu, Hyoumi... — Ele então se sentou em um tronco de madeira perto do fogo, exalando um cansaço pesado. Sua expressão suavizou-se um pouco, e ele olhou para Maito Gai, depois para Rena. — Uma Kaguya, hein? E... qual era mesmo o seu nome, sobrancelha? Era... Maito Gai, correto? O que estão fazendo em um lugar como esse? De qualquer forma, prazer, meu nome é Hawasaka Mirian, e o nome da garotinha é Chinoike Mizumi. Recomendo que seja melhor saírem dessa ilha enquanto podem, esse lugar não é para qualquer um, especialmente para quem não está acostumado a lidar com Jujutsus como nós... Tem muita gente conhecida passando por aqui e indo para o topo da montanha. Me pergunto o motivo disso. E bem...

Mizumi iria interromper o homem:

— Pessoas conhecidas? Você viu o Darui-sama novamente nessa região? Hm... Pera... Você falou no plural, quem mais você viu por aqui? — Mizumi perguntou, seus grandes olhos violetas fixando o rosto de Mirian, que parecia esconder algo.


Percebendo que havia dito algo que não deveria, Mirian rapidamente pegou algumas vasilhas de sopa e, em um gesto cordial, as ofereceu para Rena e Gai. E não responderia de imediato Mizumi, como se o assunto fosse um tanto pesado para ela. Após isso, Maito Gai, com seu rosto característico, responderia Rena.

—  Eu entendo suas palavras, mas você tem razão. A vida pode ser difícil, e eu reconheço a coragem de sua mãe. Criar um filho sozinha em um lugar tão desafiador, meu pai também me criou sozinho por um bom tempo, antes de bem... isso é algo digno de respeito! Sobre Kakashi... Ele pode ter falhado com você e ser um vagabundo imprestável, porém, se conversamos direitinho com ele, talvez ainda dê tempo de criar uma boa relação entre vocês. Apesar dos 500 defeitos dele e dele ser incapaz de levantar 4h da madrugada para fazer polichinelos comigo, tenho certeza que com um pouco de pressão, ele cederia a ser um pai de verdade. — Era notável que ele parecia ter algum grau de amizade com Kakashi. — De qualquer forma... Se você não quer ir para Konoha, tudo bem... Trataremos isso em outro momento.

Nesse momento em específico, Uchiha Hanya e Myato chegariam naquela região.



Ilha do Crepúsculo Eterno, um lugar envolto em um ambiente carregado de mistério, parecia pulsar com uma energia estranha e ameaçadora. Hanya, observando cada detalhe do campo de batalha através dos olhos de seu Ego, não pôde deixar de se surpreender com o desempenho daqueles fantasmas. mal havia tempo para falarem alguma coisa, e a nova silhueta no campo de batalha emergeria numa velocidade insana em direção de Uchiha Madara, empunhando uma espada imbuida de Raiton, ele tentaria penetrar a barriga do mascarado, porém o Uchiha apenas iria usar sua intangibilidade, fazendo a lamina atravessar seu corpo de forma inútil. Por fim, Madara falou uma ultima vez:

— Vão!


Hanya observou com atenção, ciente de que cada ação daquele homem poderia trazer algo novo para seu próprio repertório de habilidades. A tensão no ar aumentava, mas ela estava ansiosa. Sempre teve a curiosidade de conhecer a verdadeira força de Madara, e agora, finalmente, estava diante de uma chance rara. Ela tentaria copiar a nova técnica de Madara, porém... A técnica era Rank S, seu sharingan não conseguia acompanhar decifrar totalmente aquela técnica. Ela sabia que copiar uma técnica tão complexa não seria simples


Enquanto isso, sua mente não se desviava do objetivo principal: encontrar Rena. Hanya sabia que sua missão estava longe de ser concluída. Com um movimento fluido, ela invocou seu Kuchiyose no Jutsu, combinando-o com o Sanzengarasu no Jutsu. Uma infinidade de corvos apareceu, suas asas criando uma onda escura no ar. Hanya os enviou dispersar, comandando-os com precisão para que encontrassem Rena o mais rápido possível. Agora, restava-lhe esperar. Ela caminhava lentamente em direção ao norte, os corvos espalhando-se em busca de pistas, enquanto seus passos eram acompanhados pela presença silenciosa de Nelliel.

Myato e Hanya avançavam para mais dentro da ilha, a presença de Myato e seus esforços para imobilizar os inimigos com suas técnicas de Mokuton eram sentidas à distância. Ele havia capturado alguns dos invasores com o Mokuton: Shichūrō no Jutsu, impedindo que se aproximassem mais, porém, os fantasma como seres etéreos conseguiam habitar o espaço de forma inusitada, então aquelas prisões não eram totalmente efetivas para suprimir eles, já que num piscar de olhos, eles podiam simplesmente aparecer em outra região. Seus clones de Mokuton, criados com uma precisão impressionante, exploravam o terreno e buscavam por informações.

Após longos minutos, Myato e Hanya receberiam informações dos animais, e receberiam a informação que tanto queriam, Kaguya Rena estava num acampamento a distância, e não demorou tanto tempo de corrida para chegarem na região que Rena estava. Ela parecia acompanhada por um homem que Hanya imediatamente lembrou de Rock Lee, assim como estava acompanhada por um homem loiro e idoso que carregava uma espada grande enferrujada, assim como uma garotinha que incrivelmente era mais jovem que a Hanya, que naquele instante, perderia o posto de garota mais jovem da região.

Porém, era notável que talvez fosse perigoso se aproximar de desconhecidos com a roupagem da Akatsuki, Rena que estava encharcada de lama, parecia camuflada o suficiente para Gai e Mirian não esboçarem nenhuma reação a sua presença. Myato e Hanya iriam adentrar naquela região com a roupagem padrão da Akatsuki? E por fim, tentariam se comunicar com eles? Tentando se comunicar com seu Ego, Hanya notou que assim como uma "criança", ela ainda não parecia capaz de se comunicar por conta própria, ela olharia para Hanya de relance sem saber muito o que fazer. Um dos clones de Myato, ao subir a montanha parece ver resquicios de um tentáculo na região, indício claro que Killer Bee esteve por ali.

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— Myato, parece que meus corvos encontraram a Rena não muito longe daqui. Ela está em um tipo de acampamento com algumas pessoas e aquele ninja engraçado da Folha, aquele das sobrancelhas enormes. Não sei por que estão juntos, mas ela deve ter dado algum jeito de contornar a situação. Vou usar o manto da Akatsuki ao contrário para não chamar atenção. Sugiro que você faça o mesmo. — Assim que Hanya aconselhou Myato, a menina continuou sua caminhada, despreocupada com as criaturas que surgiam pelo caminho.

— Impressionante, Myato! Parece que suas armadilhas com Mokuton deram certo. Tenho certeza de que aquele xarope do Madara andou treinando você, né? Mas, certamente, coisas que estão além da normalidade não são seu forte. Veja, alguns espectros estão se aproximando. Deixe que Nelliel dê conta do recado. Eles não me parecem muito fortes, e vai ser um treinamento perfeito para ela aperfeiçoar suas habilidades. Com sorte, ela aprende alguma palavra. — A ordem era para que Nelliel imobilizasse os espectros com sua fala amaldiçoada, "Magen: Kowaku no Kangen". Assim, Hanya acertaria a cabeça deles usando seu "Katon Hanyashō no Enkō" — um combo simples, mas muito eficiente se realizado na ordem certa.

Assim que finalmente chegasse ao acampamento onde Rena estava, Hanya inclinou-se em uma reverência respeitosa aos presentes, apresentando-se e introduzindo Nelliel como uma amiga recém-conhecida. Mentalmente, Hanya observaria com atenção cada pessoa ali presente pelos olhos de Nelliel. Caso notasse algo útil, comunicaria aos seus amigos em um momento oportuno.

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Enquanto Myato e Hanya se aproximavam do acampamento, cada passo que davam sobre as folhas secas parecia mais uma extensão natural do ambiente do que uma intrusão. O manto da Akatsuki, cuidadosamente virado do avesso, transformava suas figuras imponentes em viajantes humildes, ocultando segredos sombrios sob uma aparência enganadoramente simples. Myato mantinha os olhos fixos em cada sombra, cada movimento sutil, enquanto Hanya, com sua expressão impassível, deixava escapar apenas o brilho intenso de um olhar que absorvia tudo ao seu redor. Os murmúrios de seu Ego sussurravam fragmentos de informações que só ela parecia compreender.

No centro do acampamento, a atmosfera era de um equilíbrio tênue entre descanso e vigilância. Rena, embora relaxada à primeira vista, ainda mantinha os sentidos aguçados, como se o silêncio carregasse uma ameaça implícita. Maito Gai, com sua energia indomável e otimismo contagiante, contrastava com o semblante desgastado de Mirian, que observava tudo com olhos pesados de experiência. Mizumi, por outro lado, brincava com uma flor bioluminescente, seus gestos delicados desmentindo o brilho calculista nos olhos violetas. De tempos em tempos, ela lançava olhares discretos a Mirian, testando silenciosamente os limites de sua autoridade.


Quando Myato e Hanya emergiram das sombras, a dinâmica do acampamento mudou instantaneamente. Gai foi o primeiro a percebê-los, sua postura firme e atenta revelando anos de disciplina. Mizumi, sempre curiosa, interrompeu o silêncio com uma pergunta, sua voz tão doce quanto afiada:

— Amigos seus, Rena-san? — Seus olhos violetas brilhavam, mas seu sorriso carregava uma nota de desafio. Quando seus olhos pousaram em Hanya, a curiosidade deu lugar a algo mais sério, um reconhecimento que a fez hesitar. — Moça... Eu já te vi em algum lugar?

Enquanto isso, Mirian observava o grupo com um interesse casual, mas seus olhos se estreitaram ligeiramente quando Rena abriu uma pequena bolsa repleta de insetos, aparentemente para mostrar a Mizumi. Ele permaneceu em silêncio, embora fosse evidente que sua mente trabalhava intensamente. Os irmãos Kamizuru, com sua conexão intrínseca aos insetos, pareciam estar sempre um passo à frente, seus sentidos ampliados pela rede viva que os cercava. Os insetos iriam se mover ao redor tanto de Mizumi quanto Mirian, como se conhecessem eles.


Gai cruzou os braços, pensativo, sua expressão firme se suavizando levemente ao dirigir-se a Rena:

— Encontro no Vale do Fim? Certo, vou fazer questão de trazer o mesmo nessa região nesse dia em ponto. Uh... Pera... Seu alvo está no topo da montanha, hein? Ele é o quê, um criminoso ou algo do tipo? — Ele parou por um instante, avaliando. — Eu ajudaria, mas estou em outra missão agora... Contudo, parece que isso está ficando interessante. Mirian, certo? Você sabe algo sobre o Daimyo desta região? E tem alguma dica para esses jovens?


O homem loiro, de aparência desgastada, ergueu sua garrafa e tomou um gole antes de responder com a calma de quem já viu demais:

— Os sobreviventes do País do Redemoinho que ainda ficam nessa área costumam viver no subterrâneo. Suponho que seja a mesma coisa com o ancião que é dono desse território no papel.

Antes que alguém pudesse responder, Mizumi saltou de onde estava, levantando a mão como uma criança ávida por participar.

— Papai... Posso ajudar o moço sobrancelha? Conheço esta área como a palma da minha mão.

Mirian soltou um suspiro pesado, passando os dedos pelos cabelos dourados envelhecidos.

— Eu e minha filha vamos te ajudar, sobrancelha. — Sua voz carregava uma resignação familiar, após isso ele se virou para Rena. — Quanto a sair desta ilha... É simples. Quando alcançarem a área litorânea e estiverem prontos para partir, não olhem para trás. Não olhem para o céu, nem para o mar. Não importa o que aconteça. Apenas sigam em frente com o olhar centrado em seu objetivo que é sair desse território. E não tentem sair de outra forma dessa região, pois vocês estarão fadados a morte. Esse território está sobre influência de uma maldição de território, uma vez que vocês entraram aqui a força como provavelmente entraram. A entidade que domina esse território, só vai deixar vocês sair se seguirem as próprias regras que ela adicionou por conta própria.

Ele fez uma pausa, seu tom endurecendo.

— Os falsos fantasmas raramente tentam matar aqueles que não os encaram diretamente, porém, o sobrenatural não possui uma lógica ou uma coerência palpável, eles podem seguir inúmeros comportamentos em situações diferentes, então eu recomendaria, que vocês marquem a região que vocês querem repousar com um círculo de sangue para prevenir combates desnecessários. Pode ser de vocês ou de um animal, não importa. Apenas se lembrem do meu relato inicial: uma vez na área litoral, não olhem para trás de FORMA ALGUMA. Caso contrário, estarão mortos.

O grupo chegou a uma encruzilhada, tanto no caminho quanto em seus destinos. Chinoike Mizumi e Hawasaka Mirian decidiram seguir em companhia de Maito Gai para ajuda-lo a achar seu alvo, enquanto Rena partiu em conjunto com Myato e Hanya que mantiveram-se focados no objetivo principal, subindo a montanha com passos silenciosos, ocultos pelas sombras. Maito Gai, por sua vez, seguiu um rumo em conjunto com um clone de Rena, Mizumi e Mirian, determinado a cumprir sua própria missão, com um aceno confiante que prometia um reencontro. Cada um seguiu seu caminho com propósito, mas a separação deixou no ar uma tensão palpável, como se o destino ainda guardasse algo reservado para o grupo disperso.



Enquanto prosseguiam, a trilha os levou a uma região rochosa onde uma imensa escadaria parecia emergir do nada, desaparecendo nas alturas enevoadas. Os degraus eram antigos, cobertos de musgo, mas emanavam uma aura que os fazia parecer infinitos. No sopé da escadaria, três figuras se destacavam. Usavam longos capuzes brancos, e cada um carregava uma arma — uma tanto, uma katana e uma lança longa. Eles pareciam um pouco surrados, e não muito longe deles, era notável uma espécie de tentáculo gigante na região.


Os rostos estavam cobertos, mas a hostilidade em suas posturas era inconfundível. Um dos guardas cuspiu ao chão ao notar o trio de shinobi.

— Tsc... Mais invasores... No território da Besta Divina. O que eles querem, afinal?


O segundo guarda apertou o cabo da katana, os nós dos dedos ficando brancos.

— Já não basta termos apanhado para aquele trio maluco. Aquele Jinchuuriki era muito forte...


O terceiro, segurando uma lança que sustentava o corpo dos outros indivíduos, já preparada, observou os recém-chegados com um olhar analítico, apesar de coberto pelo capuz.

— A assinatura de chakra deles é de uma Kaguya, um Uchiha... e um... Senju? Não... Não dá para saber exatamente o que aquele terceiro é... Parece ser uma quimera de chakra.

O primeiro guarda fitou eles, sua voz carregada de desprezo.

— Nós... Cultistas Yoikami, fomos contratados para proteger esse território pelo grande Daimyo dessa região. Apenas pessoas autorizadas podem passar.

Ele apontou sua arma na direção de Rena, Hanya e Myato.

— Vocês não são autorizados, saiam desse território por sua própria segurança. Este é o fim do caminho para vocês.

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